O (des)construir do nosso modo de habitar: uma tarefa urgente
Através da experiência a pandemia vem nos mostrando os limites do modo contemporâneo de habitar a Terra. A crise climática aponta um grande desequilíbrio provocado, sobretudo, pela ideia de superioridade do ser humano diante dos outros seres que aqui também habitam. Entender a água, o ar, a floresta, o solo como recursos que existem para nos servir - inclusive quando desenhamos e construímos as nossas cidades e casas - pode ser um dos motivos desse grande colapso anunciado pela ciência há mais de meio século e pelas sensibilidades afro-indígenas há muito mais tempo. O construbusiness é responsável sozinho por mais 50% do usos dos recursos naturais e as cidades são, dentre muitas coisas, grandes dispositivos de desconexão afetiva do ser humano com inúmeros outros seres que também habitam esse planeta. Rever essa nossa postura é urgente, visto que essa teia entre diferentes espécies, essa colaboração, é necessária à vida no planeta. Ou seria possível respirar sem o oxigênio produzido pela floresta?